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Relacionamento difícil pode esconder transtorno de personalidade


A dificuldade em construir ou manter relacionamentos saudáveis pode ser um indicativo de transtorno de personalidade

Alterações abruptas de humor, baixa afetividade, insegurança exacerbada, perfeccionismo, desconfiança constante, dependência emocional, inflexibilidade de pensamentos e comportamentos, desinteresse pelos outros ou pela vida social, comportamentos obsessivos, necessidade de controle, entre outros, podem ser sintomas de um transtorno de personalidade.

O transtorno de personalidade (CID 10 F60) é um tipo de doença psiquiátrica que compromete seriamente a qualidade de vida da pessoa que o possui e gera muito sofrimento para as pessoas que estão à sua volta. Por isso, é muito importante ser capaz de reconhecer esse tipo de distúrbio para buscar o tratamento adequado, amenizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida da pessoa e dos outros que convivem com ela.

Uma pessoa com transtorno de personalidade percebe a si mesmo, os outros e os acontecimentos de forma diferente das pessoas que não o possui e por essa razão, respondem emocionalmente, de forma atípica e disfuncional, trazendo graves consequências para si e para os seus relacionamentos. O desenvolvimento desses transtornos tem origem em fatores hereditários e, especialmente, em fatores ambientais, ou seja, as experiencias vivenciadas pelo individuo nos seus primeiros anos de vida.

Existem diversos tipos de transtornos de personalidade. Poderíamos falar longamente sobre cada um deles, mas a ideia aqui é destacar os mais comuns. Transtorno de personalidade:

Paranoide (desconfiança constante e acentuada em relação às outras pessoas e mania de perseguição) – suspeitas injustificadas; tendência a distorcer os fatos, acreditando que os outros estão sempre desprezando, confabulando contra ou perseguindo; superestima a sua importância para os outros; recusa em perdoar insultos; melindrosos ou sensíveis quando contrariados.

Antissocial (psicopatas) – se relacionam com outros para ter ganho material ou pessoal; ausência de empatia e remorso/culpa; não aprendem com os erros; senso de superioridade, vaidade e obsessão por qualquer tipo de poder; não consideram o certo ou errado, não se importam com regras ou a lei; não consideram os direitos, sentimentos ou vontades dos outros; manipulam, mentem, dramatizam para conseguirem o que desejam; vínculo afetivo nulo; impulsivos, abusivos e agressivos (emocionalmente e/ou fisicamente); não aceitam ser contrariados; comportamentos irresponsáveis e perigosos.

Borderline (instabilidade e impulsividade nos relacionamentos consigo e com os outros) – alterações do humor ao longo do dia (euforia X tristeza); pânico do abandono; relacionamentos interpessoais instáveis e intensos; impulsividade e comportamentos autodestrutivos (gastos, sexo, abuso de drogas, direção irresponsável, compulsão alimentar); instabilidade de humor (irritabilidade, ansiedade, melancolia, tristeza); sensação de solidão e vazio; raiva intensa, desproporcional (brigas recorrentes); podem apresentar ameaças suicidas ou comportamento auto mutilante devido ao alto nível de dor emocional.

Narcisista (similar ao antissocial, em um nível menos intenso) – idealizações irreais de sucesso, senso de serem únicos e superiores aos outros; arrogância, necessidade de admiração e devoção, afetividade pobre; baixa empatia; egocêntricos e egoístas; manipulação, arrogância X vitimização.

Dependente (dependência excessiva em relação aos outros e comportamento submisso) – dificuldade de ficar sozinho; insegurança; baixa autoestima; tentam agradar constantemente os outros; tendência a se adequar às expectativas dos outros; dificuldade de tomar decisões; medo de ser abandonado; dificuldade em assumir as próprias responsabilidades; percepção de si como fraco e incompetente; visão mais negativa da vida; tendência à vitimizar.

Obsessivo-compulsiva (extremamente perfeccionistas, têm necessidade de ordem e de controlar tudo e todos) – são tão meticulosos que chegam a ser ineficazes no plano profissional e pessoal; pouca demonstração de afeto; preocupação exacerbada com planejamento, regras, listas, planilhas e organização; sistemáticos e pouco flexíveis, cumprimento rígido a códigos morais e éticos; gostam de regras e protocolos a serem seguidos; pontuais; apegados a objetos de valor sentimental; podem desenvolver manias ou rituais pessoais a serem cumpridos.

Esquiva (uma forma de ansiedade social) baixa autoestima; desinteresse acentuado e progressivo pelo convívio social até chegar ao isolamento; autocritica elevada, disforia (ansiedade + tristeza); pensamentos negativos constantes.

A comorbidade ou “junção” entre transtornos é muito comum, uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um transtorno e por isso, há casos de mais de um diagnóstico.

Todos nós podemos apresentar alguns destes sintomas, eventualmente. Porém, se esses se tornam um padrão fixo de pensamento ou comportamento que afetam a sua qualidade de vida, vale a pena buscar ajuda profissional para compreender e avaliar melhor.

Se você reconhece esses sintomas em si mesmo ou em pessoas do seu ciclo de relacionamentos, busque um psicólogo e um psiquiatra para obter o tratamento adequado para si ou para alguém do seu convívio. Assim, será possível melhorar a sua qualidade de vida e a qualidade dos seus relacionamentos.


Quanto mais consciente, melhor!

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