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O vício da sedução: conheça a Síndrome de Don Juan ou Afrodite

Você, provavelmente, já caiu nas garras de um sedutor compulsivo. Ou, você pode ser um viciado na sedução e nem estar consciente disto

O vício da sedução é muito mais comum do que imaginamos e pode ser conhecido como Síndrome de Don Juan ou Afrodite.

‘Don Juans’ (personagem sedutor) ou ‘Afrodites’ (deusa da mitologia grega que representa a beleza, fertilidade, amor e sexualidade) são pessoas com personalidades narcisistas, infiéis, insatisfeitos e extremamente sedutores, que são movidas pelo desejo compulsivo de seduzir.

São pessoas com pouca empatia pois, não se preocupam com o sentimento alheio e têm como objetivo despertar o desejo do outro por ele(a), por meio das suas inteligentes estratégias de sedução. Eles não amam o outro. Eles amam a sensação de “estar apaixonado” e de “ser desejado”.

A intenção do Don Juan/Afrodite não é, necessariamente, concretizar a conquista ou estabelecer um relacionamento, mas sim a obtenção do prazer de se sentir desejado e “empoderado” momentaneamente por meio da conquista.

Muitos atraem a atenção de homens/mulheres mesmo quando não estão interessados, só para se sentirem desejados e tirar algum tipo de vantagem momentânea. Sabe aquelas pessoas que jogam charme até para a vendedora da loja ou para o atendente do aeroporto?

Quanto mais difícil a presa a ser conquistada, mais prazer isso gera ao conquistador e mais empenhado ele(a) será neste desafio para alcançar o seu troféu. Por essa razão, pessoas casadas, comprometidas ou indisponíveis emocionalmente podem ser muito atraentes para esses sedutores. Porém, quando ele(a) conquista a presa ele(a) perde o interesse e sai em busca de um novo desafio. Como em qualquer vício, o sedutor compulsivo vive em busca de uma nova dose.

Tradução: "dou prazer às mulheres, se elas desejarem"; Jonny Depp no filme 'Don Juan De Marco'

Os Don Juans costumam ser muito imaturos e geralmente têm um relacionamento “mal resolvido” com a mãe; variam entre um vínculo intenso de domínio (“filhinho da mamãe”) ou negligência maternal (ausência ou traumas).

As ‘Afrodites’, adoram atrair a atenção dos homens e estão sempre competindo com outras mulheres para ganhar essa atenção. Elas podem ter problemas com amigas ou mulheres do seu convívio social por serem vistas como uma ameaça aos relacionamentos. Elas podem assumir personagens, como o da “donzela desamparada”, que as ajudem a seduzir ou tirar vantagens das mais diversas situações. Podem existir questões mal resolvidas no relacionamento com o pai.

Cena do filme 'Garota Infernal'

Esse tipo de comportamento, em ambos os sexos, esconde um complexo de rejeição extremamente acentuado, baixa autoestima e um vazio interior, resultantes de uma infância de carência emocionais fruto das relações com os pais.

Pessoas compulsivas por sedução têm um medo inconsciente de serem abandonadas ou rejeitadas e por isso, temem criar um vínculo afetivo profundo e se aprofundarem nas relações. Assim, permanecem no jogo da conquista, sempre buscando por novos desafios que os mantenham em constante excitação.

Para os viciados na sedução, uma forma de “aumentar” a sua autoestima é provando constantemente para si mesmos de que são capazes de despertar o interesse de alguém e ser merecedores de atenção e “amor” (pseudo-amor). Sentirem-se desejadas é o grande trunfo que alivia temporariamente a dor do seu vazio existencial.

Alguns sedutores compulsivos ficam eternamente solteiros, enquanto outros se casam. Porém, o casamento não é o suficiente para que o vício da conquista desapareça. E a compulsão continua ainda que não concretize uma traição física.

Já atendi um paciente que o seu prazer era seduzir as amigas da sua esposa. Ele não chegou a se relacionar efetivamente com nenhuma delas, mas era viciado na adrenalina gerada pelo “jogo proibido” que ele vivia.

A desvantagem deste jogo da sedução é que, além de ser arriscado e causar dor nos outros, o prazer gerado é momentâneo e não é capaz de sanar a insatisfação do sedutor e nem suprir as suas carências ou o vazio existencial. A dor emocional e baixa autoestima permanecerão até que se tenha coragem de olhar para ela e cuidar de si.

O caminho para sair deste jogo é, em primeiro lugar, estar consciente dele. Após essa conscientização é preciso estar disposto a abrir mão deste prazer gerado pela conquista – essa satisfação do ego. Assim, com ajuda profissional, é possível compreender o que lhe faltou emocionalmente durante a sua formação psíquica (infância) e tratar os medos do abandono e rejeição para se permitir viver relacionamentos mais duradouros e enriquecedores.


Quanto mais consciente, melhor!




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